Criança de 2 anos que estava fora da cadeirinha morre em grave acidente
Uma semana após o carro em que Letícia, de 2 anos, estava com a mãe e mais duas pessoas se envolver em um grave acidente de trânsito, a menina não resistiu e morreu na última quarta-feira (5) em Santa Catarina. A mãe da criança, Danieli Torquato, 23 anos, única sobrevivente da tragédia, conta que estava voltando de Balneário Camboriú e pediu para os padrinhos buscarem ela e a filha na rodoviária de Mafra.

O acidente grave aconteceu na BR 116, em Mafra. As informações preliminares, segundo o Corpo de Bombeiros, são de que um caminhão teria fechado a frente de um veículo ao sair da terceira pista, fazendo com que o motorista perdesse o controle e rodopiasse na rodovia. O carro onde Danieli estava com a filha e os padrinhos seguia logo atrás e acabou colidindo.

Segundo os Bombeiros, o motorista do caminhão foi embora sem prestar socorro às vítimas. Já o condutor da caminhonete, de 42 anos, teve apenas ferimentos leves. No entanto, a família de Danieli sofreu perdas irreparáveis. "Foi horrível, traumático. Eu tinha acabado de pegar minha filha no colo porque ela estava dormindo. Estávamos sem a cadeirinha. No acidente, ela bateu no teto do carro e caiu no meu colo, e eu tive que ver ela ali, debruçada no meu colo, e eu morrendo de dor, sem poder me mexer", conta.

O tio e a tia de Danieli, que tinham 55 e 51 anos, que estavam nos bancos da frente, sofreram múltiplas fraturas e traumatismo craniano. Eles chegaram a ser socorridos, mas não resistiram e acabaram morrendo no mesmo dia.

Danieli teve hérnia traumática e passou por cirurgia. Já Leticia passou uma semana internada no hospital, em estado grave e acabou morrendo na quarta-feira (5). "O cérebro já não estava respondendo e ela não resistiu. É muito traumatizante, dói demais", desabafou a mãe à Revista Crescer. Ela tem outras duas filhas de 5 e 6 anos. "Elas estão arrasadas também. Dói muito saber que ela não vai estar mais comigo", lamentou.

A importância da cadeirinha

Uma pesquisa encomendada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostrou que o número de crianças de até 9 anos internadas depois de se envolverem em acidentes com automóveis caiu 33% desde a inclusão da penalidade no Código de Trânsito Brasileiro em 2008. O número de vítimas fatais da mesma idade foi reduzido em 20% no mesmo período.

Apesar de a frota de veículos no Brasil ter crescido exponencialmente — quase dobrou entre 2010 e 2017, passando de 37,2 milhões de carros para 54,7 milhões —, houve uma queda de 24% na morbidade e na mortalidade de crianças envolvidas em acidentes de automóveis, segundo dados do estudo. "Trata-se de uma regra fundamental para aumentar a segurança nas vias e rodovias e, sobretudo, para proteger a vida e a saúde das crianças com menos de 10 anos”, afirmou a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Luciana Rodrigues Silva.

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