Queda de cabelo: o comportamento dos fios da gestação ao pós-parto!
“Tenho tão pouco cabelo, estou preocupada, o que vai acontecer com ele durante a gestação e o pós-parto? Será que vou ficar careca?” Esses são questionamentos comuns que passam na cabeça das futuras mamães logo que descobrem que estão grávidas. A Dra. Lorena Dourado Alves, dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e com formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP, vai explicar o que acontecerá com seus cabelos em cada uma dessas etapas:

Gravidez

Durante a gravidez raramente se observa queda de cabelo. Se ocorrer, geralmente acontece nos primeiros meses da gestação e/ou bem no final dela. As mulheres que usam anticoncepcional por um tempo prolongado, ao parar de tomá-lo, costumam apresentar queda de cabelo. Aquelas que engravidam rápido podem persistir com essa queda no início da gestação já que ainda estão com o efeito da queda provocada pela parada do anticoncepcional, salienta a Dra. Lorena Dourado.

Essa queda de cabelo da parada do anticoncepcional é chamada de “Eflúvio Telógeno” e é o mesmo nome que se dá à queda de cabelo do pós-parto, embora o desencadeante seja diferente. “O Eflúvio Telógeno ocorre por alterações que levam um grande número de folículos pilosos a mudarem rapidamente de fase no ciclo capilar, levando a um aumento da queda. Pode ter várias causas diferentes. Frequentemente inicia-se de dois a quatro meses após o fator desencadeante e dura em média de um a cinco meses”, explica.

Outras mulheres quando passam por problemas de saúde durante a gestação ou por fatores estressantes intensos também podem apresentar queda de cabelo em qualquer fase da gravidez, mas essa, como explicado anteriormente, é mais comum no início da gestação quando algumas mulheres sofrem com os enjoos e vômitos frequentes. “Na gestação, todo seu organismo passa por alterações hormonais e, na maioria das mulheres, é um momento ótimo para os cabelos, com grande crescimento e quase nenhuma queda”, ressalta.

Pós-parto

Após o nascimento do bebê é bastante comum as mamães sofrerem com a queda de cabelo. Nesse período, o problema ocorre por alterações hormonais que levam a um grande número de folículos pilosos a mudarem rapidamente de fase no ciclo capilar, causando um aumento da queda. Embora seja algo que preocupe e incomode muito as novas mamães, elas devem ficar sossegadas, já que a queda geralmente cessa com a reposição total dos cabelos. “O importante é eliminar as causas agravantes como anemias, estresse, infecções ou qualquer outro motivo que leve a uma piora. Tenha uma alimentação balanceada, evitando as deficiências nutricionais e repondo qualquer falta, se necessário”, informa a Dra. Lorena Dourado.

Há alguns casos em que pode haver uma piora da queda de cabelo no pós-parto. Isso pode ocorrer em mulheres portadoras de Alopecia Androgenética, doença de padrão hereditário em que os cabelos ficam progressivamente mais finos, depois começam a cair e param de nascer naquele local. Surge geralmente após a puberdade por ação hormonal e tem uma variedade de formas clínicas.

A queda de cabelo no pós-parto pode também ser um fator desencadeante do início das manifestações da Alopecia Androgenética em mulheres com esta tendência. Nos dois casos, destaca a dermatologista, esse é o período ideal para iniciar ou intensificar o tratamento. O ponto positivo para as portadoras da Alopecia Androgenética é que durante a gestação, a maioria delas apresenta uma melhora dos cabelos, com aumento do volume, o que minimiza as perdas do pós-parto.

Para o diagnóstico da Alopecia Androgenética, conhecida como Calvície, é possível lançar mão, além do exame físico feito por um dermatologista, de exames complementares, tais como o tricograma, por meio do qual o médico avalia as raízes dos cabelos, e que determina a porcentagem de fios em processo de queda e de fios afinados; a dermatoscopia, manual ou digital, que utiliza o programa Trichoscale®, o qual, de acordo com a Dra. Lorena Dourado, faz uma contagem computadorizada dos tipos de fios presentes em determinada área do couro cabeludo e que não substitui, mas complementa o tricograma; e, em alguns casos, a biópsia. Também são feitos exames laboratoriais que excluem ou evidenciam deficiências vitamínicas, anemias e outras doenças que podem causar a queda de cabelo.

Cuide-se

Tanto na gestação quanto na amamentação é preciso evitar as químicas. Antes de fazer qualquer química, mesmo as tinturas, consulte seu dermatologista e ginecologista para que avaliem quando será o melhor momento e qual o produto mais indicado, alerta a Dra. Lorena Dourado. Além da queda de cabelo que atormenta as mulheres no pós-parto, existem inúmeras coisas que podem danificar os cabelos ocasionalmente ou de forma continuada e, mantê-los sempre saudáveis e bonitos, não é tarefa fácil, principalmente na correria do pós-parto.

A receita para ter cabelos sadios e com boa aparência inicia-se, segundo a Dra. Lorena Dourado, com os cuidados em relação à lavagem. Lave bem as raízes e o couro cabeludo, utilizando os condicionadores apenas nas pontas. O uso frequente de secadores ou chapinhas é ruim, pois eles aquecem a haste (fio do cabelo) podendo gerar bolhas que deixam os cabelos fracos e sem brilho.

A orientação principal para quem apresenta, mesmo com os cuidados corretos, cabelos fracos, sem brilho, com aparência de pouca vitalidade, com queda ou outro problema é que procure um dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para que ele faça uma avaliação, investigue as causas e inicie, se necessário, seu tratamento o mais precocemente possível, aconselha a Dra. Lorena Dourado.