O que é nutrição ortomolecular e como ela pode ajudar as gestantes?
A avaliação e o acompanhamento do estado nutricional da gestante são de extrema importância, pois as condições intrauterinas têm grande relação com a saúde na infância e na vida adulta. Da concepção até a amamentação, o bebê é totalmente dependente da mãe para sua nutrição e consequente crescimento e desenvolvimento. O feto se nutre através da placenta; tudo o que a gestante ingerir (alimento, bebida, aditivos químicos, drogas, cigarro, álcool, medicamentos e suplementos) irá afetar diretamente o desenvolvimento do bebê.

“Estudos têm discutido a relação entre o meio intrauterino desfavorável e o desenvolvimento de doenças na vida adulta. Este é um fenômeno denominado programação fetal e é descrito como um processo estimulado no útero, o qual estabelece uma resposta permanente no feto, conduzindo a um aumento da sensibilidade a doenças na vida adulta, como obesidade, diabetes, hipertensão, aterosclerose, doenças cardiovasculares entre outras”, informa a nutricionista Dra. Ticiane Aragão.

Ela explica que bebês submetidos a um ambiente de má nutrição energético/protéica têm maior risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão durante a fase adulta. “Os períodos pré-gestacional, gestacional e pós-gestacional são, portanto, momentos importantes para a intervenção nutricional preventiva para diversas doenças crônicas futuras.”

Assim, a inadequação nutricional está relacionada ao maior risco de morbimortalidade infantil e maior suscetibilidade a enfermidades crônicas na fase adulta. Por isso, orienta a nutricionista, é necessário otimizar a alimentação com o aumento da oferta de nutrientes, como vitamina D, ácido fólico, ômega 3, probióticos. “Isso porque existe toda uma reconfiguração do organismo, dependente de uma nutrição celular adequada, para a construção de uma nova vida”, afirma.

A especialista acrescenta ainda que a alimentação saudável da mãe, um aleitamento exclusivo até o sexto mês e uma introdução correta de alimentos irão garantir ao bebê um adequado crescimento e desenvolvimento de todos os seus órgãos e sistemas, otimizando o funcionamento físico, mental e emocional que poderá ser mantido por toda a vida, prevenindo doenças crônicas.

Com o auxílio do nutricionista materno-infantil, além de saber o que consumir, a gestante pode controlar o ganho de peso nesse período, assegurando que todas as suas necessidades nutricionais estejam atendidas, proporcionando uma gestação tranquila e evitando ou controlando algumas complicações que possam surgir nesse momento, como anemia, diabetes gestacional, eclâmpsia, entre outras.