Lasers e outros tratamentos para o melasma
Um dos problemas de pele mais difíceis de serem tratados é o melasma – as temidas manchas amarronzadas que aparecem na face. E sabia que na gestação as mulheres estão mais suscetíveis a elas? É por causa do aumento de hormônios neste período, associado a outros fatores, como exposição solar sem proteção, uso de cosméticos inadequados, inflamações na pele, além da genética. A boa notícia é que, apesar de não haver cura para o problema, existem diversos tratamentos cada vez mais eficientes no controle do melasma. O Manual da Mamãe entrevistou a dermatologista, titular em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dra. Geórgia Alarcão para explicar o que pode ser feito para prevenir e tratar o problema desde a gestação. Confira:

Prevenir sempre!

O principal fator responsável pelo surgimento das manchas na gravidez é a predisposição genética e depois a exposição solar e o calor. Por isso, não há como prever se a mulher terá manchas ou não durante a gravidez. O melhor é reforçar a prevenção e redobrar os cuidados com a pele, dando atenção especial à aplicação do filtro solar várias vezes ao dia e evitar expor-se em horários de pico. “Esses cuidados devem ser tomados mesmo em dias nublados e mesmo para quem não for sair de casa, para proteção das luzes dos computadores e das que entram pela janela”, orienta a dermatologista.

Cremes clareadores: uso liberado na gravidez

A inibição da síntese de melanina, necessária para o tratamento do melasma, pode ser feita com vários clareadores, mas é preciso cautela, pois apenas algumas medicações são liberadas para uso na gestação, como, por exemplo, o ácido azeláico e o glicólico. O uso de ácido retinoico, hidroquinona e cisteamina são proibidos durante a gestação, porém após o fim da amamentação são bons aliados contra as manchas. “Os resultados começam a surgir, em média, um mês após o início do tratamento, e a eficácia depende do tipo de melasma”, esclarece a dermatologista.

Lasers eficazes no tratamento do melasma

No pós-parto, inclusive no período que amamenta, a mulher pode contar com opções de lasers com resultados bastante eficazes no tratamento do melasma. São os do tipo frios. Um deles é o de picossegundos, capaz de emitir energia em impulsos muito curtos, de uma forma segura sem descamar a pele nem provocar vermelhidão. É o que há de mais recente no tratamneto do melasma. Além de ser aplicável em qualquer tipo de pele, ele estimula, ao mesmo tempo, a produção de colágeno e elastina. A sessão dura de 10 a 15 minutos, com intervalo de um mês entre elas.

A opção de laser Q Switched também é bastante utilizada para tratar o melasma. Ele não esquenta a pele e atua diretamente no melanócito, que produz melanina em exagero no melasma e reduz definitivamente o tamanho das células do pigmento. Além de clarear as manchas, deixa a pele viçosa e com aspecto rejuvenescido. O tratamento consiste em sessões com intervalos semanais até o clareamento da mancha e, então, sessões de manutenção. A sessão é rápida, dura em média 10 minutos, é indolor e com poucos efeitos colaterais.

Peelings

Quando a opção é o peeling, o dermatologista passa um preparado na face que deve ser retirado algumas horas depois. Após dois ou três dias, começa a descamação e, com isso, a remoção de pigmentos. Existem peelings específicos para uso durante a gestação. Consulte seu médico.

Microagulhamento (IPCA)

O microagulhamento, chamado também de Indução Percutânea de Colágeno (IPCA), reduz o melasma e deixa a pele renovada. O procedimento é realizado por meio de dispositivos compostos por pequenas agulhas que causam microperfurações na pele, que estimulam a produção de colágeno, substância responsável pela elasticidade, firmeza e qualidade da pele, reduzindo as manchas. Antes de começar, o paciente aguarda 30 minutos com anestésico, para depois realizar o procedimento que leva de 15 a 30 minutos. O intervalo entre as sessões é de cerca de 15 dias. Após o procedimento, pode haver vermelhidão e inchaço leve a moderado.

Ácido Tranexâmico

A aplicação do ácido tranexâmico ajuda a conter o desenvolvimento das inflamações no tecido cutâneo, reduzindo a presença das manchas na pele. Pode ser utilizado em cápsulas via oral, cremes tópicos e também como injeções intradérmicas. É recomendada a realização de, pelo menos, 10 sessões de aplicação do medicamento, com intervalos de aproximadamente 15 a 30 dias.

Procure um dermatologista certificado pela SBD para avaliar o seu caso e definir qual o melhor tratamento para as suas manchas. “Vamos estabelecer o melhor conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que as manchas voltem. Apesar de não haver cura para o melasma, é totalmente possível levar uma vida sem essa perturbação constante”, afirma a Dra. Geórgia.

 

Matéria escrita de acordo com resolução 1974/11 do Conselho Federal de Medicina