Incontinência urinária pós-gestação, como identificar e tratar?
Você faz xixi toda hora? A vontade súbita de urinar não te dá tempo para chegar ao banheiro? Ao tossir ou espirrar você perde urina? Se respondeu sim a uma dessas perguntas, você pode sofrer de incontinência urinária, incômodo que atinge 10 milhões de brasileiros, sendo duas vezes mais comum no sexo feminino, afirma a Sociedade Brasileira de Urologia. A gravidez e o parto, inclusive, são alguns dos agentes causadores do problema.

Isso porque, explica a ginecologista e obstetra Dra. Clarissa Marini Pinto Japiassu, o peso do bebê que faz com que o esfíncter urinário fique mais relaxado; os hormônios que servem para evitar as contrações também relaxam os músculos do períneo; e a deslocação do útero com o crescimento do bebê altera a posição de outros órgãos e pressiona a bexiga. Outras causas são alterações na inervação da bexiga, o enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico e a obesidade. Exercícios de alto impacto, doenças neurológicas e/ou acidentes com lesões neurológica podem desencadear o problema.

O tratamento depende do tipo de incontinência urinária que é diagnosticado no consultório através da história clínica, do exame físico e do Estudo Urodinâmico. Na maioria das vezes, envolve a reabilitação e reestruturação do assoalho pélvico através de fisioterapia pélvica. Medicamentos também podem ajudar. Em casos de incontinência urinária de esforço (que ocorre durante algumas atividades, como tossir, espirrar, rir ou realizar exercícios), a cirurgia é necessária.

“O procedimento consiste em reconstituir o esfíncter uretral ou corrigir a hipermobilidade uretral. Em alguns casos, faz-se também a correção da cistocele (popularmente chamada de bexiga baixa). O tratamento cirúrgico mais utilizado para correção da incontinência urinária feminina é o Sling, no qual se utiliza uma tela de polipropileno que é implantada abaixo da uretra média sob anestesia e cuja taxa de cura pode chegar a 98%”, esclarece a Dra. Clarissa.

Recomendações

  • Procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que você apresenta;
  • Não se envergonhe. Se o distúrbio for tratado como deve, a qualidade de vida melhorará muito;
  • Evitar a obesidade e o sedentarismo, controlar o ganho de peso durante a gestação e praticar exercícios fisioterápicos para fortalecer o assoalho pélvico, são medidas que podem ser úteis na prevenção da incontinência urinária.

 

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