Existe hora certa para levar a criança ao psicólogo?
Mordidas, birras e “emburramentos”... Que criança não apresenta esses comportamentos, não é mesmo? Isso faz parte do desenvolvimento da habilidade de expressar tristezas, inseguranças, frustrações, medos, angústias e ansiedades. O problema é quando essas reações se tornam uma constante, observa a psicóloga e neuropsicóloga Dra. Aurélia Caetano. Segundo ela, alguns fatos e comportamentos são determinantes na necessidade de as crianças serem acompanhadas por um psicólogo. São eles:

Mudança brusca no comportamento: quando a criança era muito expansiva e animada e passou a apresentar timidez e apatia ou a criança era mais calma e passou a demonstrar grande irritação por situações banais e até a perda de prazer em alguma brincadeira que costumava gostar muito anteriormente. Toda mudança brusca de comportamento deve ser observada e se os familiares não encontrarem nenhuma ação que justifique isso, o auxílio de um profissional deve ser buscado.

Tristeza e choro constante: as crianças normalmente são alegres, mesmo passando por situações tristes. Então, quando a tristeza se torna uma constância, a criança deve ser avaliada.

Intolerância e agressividade: esses comportamentos em excesso não são bons para ninguém, mas quando uma criança passa a reagir assim com frequência, ela não está sabendo lidar com alguma situação que vivenciou, e necessita de ajuda.

Agitação, inquietude e falta de concentração: esses comportamentos prejudicam a criança em diversas situações e ambientes e o psicólogo pode auxiliá-la a reconhecer suas dificuldades e características, a fim de ampliar esse controle.

Dificuldade de interagir socialmente: a criança (quando esse não é um sintoma da patologia) se sente triste e isolada quando não se relaciona bem socialmente. O psicólogo irá contribuir nesse processo, potencializando a autoestima e a capacidade de acreditar em si mesma.

Dificuldades de aprendizagem: as questões escolares são uma das principais busca dos pais pelo tratamento psicológico.

Ansiedade: atualmente, vemos muitas crianças ansiosas além da normalidade, expressando isso por meio de compulsões alimentares, preocupações em excesso, entre outros comportamentos que devem ser mediados pelo psicólogo.

A Dra. Aurélia afirma ainda que outras situações também devem ser levadas em consideração, como a perda de algum dos pais ou cuidadores essenciais, como avós; a separação dos pais; a mudança brusca de uma cidade; e situações de abuso. “Por meio de técnicas variadas, podemos ajudar os pequenos a enfrentar e administrar suas próprias emoções com mais facilidade. E todo o processo é realizado em parceria com a família, que é parte fundamental no desenvolvimento da criança”, afirma.