Como solucionar dificuldades da amamentação?
Amamentar é um ato lindo, a forma mais perfeita e natural para nutrir um bebê, capaz de proporcionar um poderoso laço afetivo entre mãe e filho. Porém, no início, para várias mães e bebês o ato de amamentar é um desafio a ser superado, algo a ser descoberto e aprendido. Por isso, caso haja dificuldade é preciso buscar ajuda para que a amamentação consiga se tornar realmente prazerosa. Com o auxílio da consultora internacional em amamentação Dra. Patrícia Schimin, listamos alguns problemas e soluções mais comuns nessa fase. Confira:

Pega incorreta

Alguns fatores podem dificultar o posicionamento da boquinha do bebê durante uma mamada: quando o bebê é posicionado muito distante do seio (por exemplo, quando ele vai ao seio enroladinho na manta tipo “charuto”) ou quando o bebê não está com a cabeça alinhada ao tronco (a barriguinha está virada para cima e não para a barriga da mãe). Outro fator que pode dificultar a boa pega é quando o seio da mamãe está muito cheio, ingurgitado (“empedrado”).

Para que ocorra a pega correta, o bebê deve ser posicionado ao seio com os bracinhos livres de modo que a barriguinha possa estar em contato com o corpo da mãe, assim ele ficará bem próximo ao seio, tocando o queixo e a pontinha do nariz na mama. Deve-se observar também o alinhamento da cabeça com o tronco do bebê, lembrando que para que ele se alimente de maneira prazerosa ele deve estar de frente (corpo e cabeça) para o “prato de comida”, no caso o seio, conforme nós fazemos quando vamos comer. E para que a região mamilo-areolar consiga se projetar no interior da boca do bebê e a mamada ser efetiva as mamas devem estar macias, então fazer massagem prévia, quando as mamas estão cheias e empedradas, é altamente recomendado.

Bico do seio rachado e dolorido

É natural que a mamãe, principalmente a de primeira viagem, sinta uma sensibilidade no início da mamada quando o bebê ainda está se posicionando, porém em poucos segundos, quando a pega for “encaixada”, esse desconforto deve passar. Se a mama está macia e a pega já foi observada e ajustada, mas mesmo assim a dor não passa, então é necessário observar outros fatores, por exemplo o ritmo de mamada do bebê, que deve ser com movimentos amplos e ritmados. Quando não ocorre o correto posicionamento da língua, o bebê faz movimentos rápidos e com pouca amplitude, o que além de prejudicar a capacidade de retirada do leite do seio também causa dor na mamada. Caso você desconfie que isso possa estar ocorrendo com seu bebê contate um profissional especializado para corretos diagnóstico e conduta.

O melhor a fazer em caso de mamilos fissurados é passar o próprio leite materno no local ferido após as mamadas, pois o leite humano é rico em substâncias que favorecem a cicatrização. Outra dica é oferecermos ao bebê a mamada em uma nova posição... a posição de cavaleiro ou a posição invertida. Essas posições permitem que a mamãe tenha maior controle na hora de posicionar o bebê ao seio, o que facilita a pega correta.

Bico do seio invertido ou plano

Quando a mamãe possui o mamilo plano ou invertido não se deve dizer previamente que esse fato isolado dificulte ou impossibilite a amamentação. Na maioria das vezes não irá influenciar o processo da mamada, isso porque o bebê deve mamar a região mamilo-areolar e não somente o mamilo. Devemos lembrar, no entanto, que é sempre muito importante manter as mamas bem macias, sem “empedramento” para facilitar a pega! Uma boa dica é a mamãe fazer a posição inclinada com o bebê, ou seja, ficar recostada, quase deitada, colocar o bebê de bruços em cima dela próximo ao seio em contato pele-a-pele (mamãe e bebê sem roupas para que a pele de ambos esteja em contato) e deixar que, por instinto, o bebê procure sua mama.

Mastite

Quando o seio acumula leite em algum local específico ocasionando um “empedramento” e esse leite empedrado não é extraído do seio, pode ocorrer uma reação de inflamação e inchaço no local. Caso haja presença de uma fissura ou machucado no mamilo que facilite a entrada de alguma bactéria o processo inflamatório pode rapidamente se transformar em uma infecção. Entre os sinais da mastite estão a vermelhidão e inchaço, local endurecido, calafrios, febre acima de 38,5ºC e cansaço generalizado. Apesar do desconforto e da dor, é importante continuar amamentando justamente para não deixar acumular mais leite, o que pode agravar a situação. Quando tratada precocemente e da maneira correta a mastite não causa maiores problemas para a mamãe que amamenta. Para evitar a mastite o seio deve estar sempre macio, a mamãe deve observar todo o peito, procurando por alguma parte endurecida e dolorida e caso encontre é necessário realizar massagens e a extração do leite acumulado.

Regulação na produção de leite

O que regula a produção de leite é o esvaziamento da mama pelo bebê. Portanto, se ele mama com a boquinha bem aberta, posicionando corretamente a língua, conseguindo retirar boa quantidade de leite do seio, a produção irá se manter alta. Ao contrário, quando o bebê está com a pega inadequada, a quantidade de leite materno retirado do seio é menor que deveria, o que gera uma menor produção também. A mamada noturna também auxilia na manutenção da produção visto que na madrugada o corpo da mulher produz um pico do hormônio prolactina, responsável pela produção do leite humano. Outro fator relevante é o aspecto psicológico que por diversas vezes interfere na produção de leite, então quando a mamãe está tranquila a produção será beneficiada.