Como a osteopatia ajuda no tratamento de problemas respiratórios causados por refluxo?
O Refluxo Gastroesofágico geralmente se manifesta no bebê por vômitos e regurgitação após as mamadas, os quais podem gerar dor e não ganho de peso adequado. Porém, bebês e crianças apresentam outras manifestações da doença, como, por exemplo, inflamações na garganta, tosse seca e nariz congestionado. Mas pode ir além. O estímulo crônico do refluxo no bebê pode levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias, entre elas rinite crônica, sinusite, bronquite e asma na infância.

Segundo o osteopata pediátrico Dr. Mauro Gemelli esses problemas podem ser decorrentes do Refluxo Gastresofágico Oculto. “A criança vai apresentar sinais como nariz congestionado, beber água ou comer com muita frequência, ter tosse seca e/ou rouquidão. As manifestações respiratórias são provocadas pela presença crônica de ácido no esôfago, mas a causa desse refluxo não está no estômago e nem no esôfago. A origem desse problema está em irritações de nervos que controlam a quantidade de secreção de ácido pelos órgãos, bem como nas válvulas que contêm o retorno alimento. Dessa forma, a irritação de nervos gera o comando ‘errado’ aos órgãos e a falta de controle das válvulas, o que pode levar a ocorrência da subida recorrente do conteúdo ácido (refluxo) para o esôfago”, explica Gemelli.

Diante disso, de acordo com o osteopata pediátrico, pode surgir outro problema. Estudos comprovam que este ácido no esôfago promove no pulmão reações de proteção chamadas de broncoespasmos. Com o refluxo sempre presente, essa reação também poderá gerar a sensibilização dos pulmões, que responderão com broncoespasmos a qualquer agente nocivo [pó, frio, susto], gerando cronicamente os sinais de asma. Este mecanismo de causa faz ainda mais sentido quando estudos revelam que 65% das crianças com asma apresentam também o diagnóstico de Refluxo Gastroesofágico.

Gemelli explica ainda em relação às vias aéreas superiores que se o refluxo chegar à garganta poderá provocar inflamações (laringites e faringites) e, cronicamente, a possíveis hipertrofias de órgãos imunológicos (amigdalites e adenoide). “O nariz, porta de entrada de tudo nas vias respiratórias, também inflamará, o que caracteriza a rinite”, destaca.

Dessa forma, uma criança com dois ou três anos de idade com problemas respiratórios como laringintes, faringites, amigdalites, adenoide e sinusite, pode estar manifestando sinais crônicos de refluxo e é necessário tratar a causa primária para eliminar esses problemas. “O osteopata pediátrico irá avaliar essas irritações que geram comandos errados para os órgãos e tratá-las, se existirem. Assim, as consequências, por si só, melhoram depois”, observa Gemelli.