O fonoaudiólogo e seu filho
Quem pensa que só porque o bebê ainda não aprendeu a falar, ele não possa precisar de um fonoaudiólogo, engana-se. Algumas mães têm problemas em amamentar seus bebês por falta de orientação. Nestes casos, um fonoaudiólogo poderá ajudar, pois as mesmas estruturas que o recém-nascido utiliza para sugar, posteriormente utilizará também para falar. A fonoaudióloga Dra. Marianna Barros explica que a mãe deve observar se o bebê se sente saciado e tranquilo após as mamadas e se os seios e mamilos não estão inchados e doloridos. Caso contrário, a ajuda de um profissional especializado é essencial para que mãe e bebê não desistam da amamentação. “Nós ensinamos como preparar o mamilo, esclarecemos alguns mitos, reduzimos o desconforto dos seios empedrados, inchados e doloridos e adequamos a mamada para que ocorra da forma mais saudável e prazerosa mãe e filho.”

Os pais devem estar atentos também aos casos em que o bebê não responde a estímulos sonoros ou não começa a emitir alguns sons entre os nove e dez meses de vida. A Dra. Marianna conta que a primeira palavrinha é falada com pouco mais de um ano. Aos poucos, a criança começa a juntar as palavras até que, por volta dos três anos, já consegue formar frases simples e fazer perguntas, mesmo que troque alguns sons. Com cinco anos, ela tem de ser capaz de contar histórias e falar quase sem trocar sons. Desde o nascimento, os pais devem estimular, contar histórias, conversar e brincar com a criança, dando a ela oportunidade de se comunicar, mesmo que de forma incompreensível. “Não se deve corrigir a criança em tom de crítica ou repressão, mas explicar o erro e dar o exemplo correto, sem infantilizar a voz, para não dar a impressão de que falar é algo difícil e traumático, o que poderá afetar suas relações afetivas e sociais”, destaca.

Durante os primeiros anos acontece a fase de maior maturação da criança em todos os aspectos, entre eles o comunicativo. Por isso, a fonoaudióloga pede que se os pais observarem alterações, como problemas para sugar e deglutir, respiração oral, sucção de dedo/chupeta, roer unhas, dificuldade para ouvir ou entender quando falam com ela, demora para falar a primeira palavra, entre outras, procurem um profissional capacitado. “Quanto mais precoce for o tratamento, maiores chances da criança se recuperar sem sequelas”, esclarece.