Estrabismo em bebês, como detectar?

Ao nascer, o bebê possui um sistema visual muito imaturo. Isso faz com que ele tenha dificuldades para focalizar um objeto. E enquanto a criança não domina essa habilidade, é normal desviar os olhos ora para dentro, ora para fora. Uma observação mais apurada no olhar do seu pequeno e você notará esse movimento. Até os três meses de idade, é normal que isso aconteça e não significa que seja estrabismo. O oftalmologista Dr. Antônio Sagawa explica que para o correto diagnóstico da doença é preciso esperar até os seis meses de vida para um exame detalhado.

“Aí, sim, é possível diagnosticar o estrabismo, por mais imperceptível que seja aos olhos dos pais.” O oftalmologista ainda enfatiza que mesmo se o exame não acusar nada, é preciso retornar ao especialista, pois há um tipo de estrabismo que pode acometer a criança quando ela tem um ano e meio de idade. Uma vez diagnosticado, os pais precisam se conscientizar de que o estrabismo não é apenas um problema estético. Por menor que seja o desvio, há redução da capacidade de visão em um dos olhos. “O primordial é tratar a visão e, somente quando necessário, submeter a criança à cirurgia para melhorar a estética”, orienta.

O tratamento mais comum para recuperar a visão do olho acometido pela doença é o uso de tampão, por tempo a ser determinado pelo médico. Assim, a visão é estimulada. “Quando o desvio se estabilizar, com boa visão de profundidade e o máximo de simetria, é que definimos o momento da operação para eliminar o desvio e finalizar o tratamento”, informa. Há casos em que os óculos também resolvem.

O Dr. Antônio Sagawa lembra ainda que a criança estrábica precisa de acompanhamento periódico até os seis anos de idade, quando, normalmente, termina o desenvolvimento da visão e as perdas visuais podem ser recuperadas. “Portanto, reforço aos pais a importância do tratamento visual do estrabismo. A cirurgia estética deve ser consequência da recuperação da visão”, orienta.

Como ocorre o estrabismo?

Em crianças com visão normal, o cérebro desenvolve a habilidade de fundir as imagens que vêm do olho esquerdo e do direito, formando uma única imagem. Como resultado da fusão, o cérebro garante melhor noção espacial e de profundidade. Com o estrabismo, duas imagens diferentes são enviadas para o cérebro, o qual aprende a ignorar a imagem do olho desviado, prejudicando a visão da criança.