Epilepsia em recém-nascidos: causas e tratamentos

Muitos pais se assustam somente de ouvir a palavra “Epilepsia”. Essa é uma das mais frequentes doenças neurológicas em bebês e crianças, sendo definida pela Organização Mundial de Saúde como uma afecção crônica, caracterizada por crises repetidas, decorrentes de descargas neuronais excessivas (crises epilépticas). A neurologista Dra. Vera Cristina Terra explica que o recém-nascido é mais suscetível ao desenvolvimento de crises epilépticas do que crianças maiores e adultos. “Esta predisposição pode ser explicada pelo fato do Sistema Nervoso Central da criança encontrar-se em constante evolução, desde o período intraútero”, avalia. Saiba mais sobre esse assunto com a especialista:

 

Causas

 

As principais causas são: infecção, sintomas vasculares, alterações metabólicas ou na formação cerebral, ou origem familiar. Frequentemente, as causas permanecem desconhecidas. Os principais tipos de crises são:

 

• Crise neonatal benigna familiar: em 54% dos casos, as crises têm início entre o 2º e 8º dias de vida e acometem recém-nascidos normais.

 

• Crise neonatal benigna não-familiar: as crises podem ocorrer entre o 3º e o 7º dia e acometem recém-nascidos normais. Nesse caso, não existe histórico familiar.

 

Diagnóstico

 

O médico neurologista irá avaliar o paciente, por meio do exame neurológico, eletroencefalograma, etiologia, tempo para o controle das crises, presença de alterações no eletroencefalograma ou nos exames de imagem. O risco de epilepsia tardia é de 10% a 26% dos pacientes, podendo chegar a 80% se a causa da crise for uma malformação cerebral.

O diagnóstico diferencial deve ser feito com os movimentos normais do recém-nascido (soluço e movimentos faciais ou das extremidades); as mioclonias neonatais benignas do sono (abalos repetidos, rítmicos ou arrítmicos, das extremidades durante o sono desaparecem ao despertar); o tremor fisiológico do recém-nascido (oscilações de baixa amplitude e alta frequência em uma ou várias extremidades, em resposta a um estímulo ou durante o choro) e a reação de despertar do recém-nascido (abalos isolados das extremidades ou posturas tônicas não sustentadas).

 

Tratamento

A medicação depende do tipo de crise e da idade da criança. Em lactantes, pode ser necessário administrar o medicamento de maneira fracionada, a cada 4 ou 6 horas. O tratamento pode ainda ser realizado com reposição de vitaminas. A maioria dos pacientes tem suas crises controladas com medicamento.