Como introduzir a papinha na alimentação da criança?
Depois de 6 meses se alimentando do leite materno, chega a hora do bebê conhecer novos sabores. Isso é, claro, sem abandonar o leite materno, pois ele continua sendo muito importante durante o primeiro ano de vida. A partir daí, a mamãe deve começar a introduzir novos alimentos, gradativamente. Porém, é nesse momento que surgem inúmeras dúvidas. Como deve ser feita essa introdução? O que fazer quando a criança não aceita o alimento novo?

Para esclarecer essas questões e muitas outras, a nutricionista Materno Infantil da Nutriterapia, Dra. Débora Rosa ensina às mamães tudo sobre essa nova fase de desenvolvimento do bebê. Confira:

 

Como deve ser feita a introdução de alimentos na vida do bebê?

O aleitamento materno é ideal para a criança no seu primeiro ano de vida. Ele deve ser exclusivo, sempre que possível (sem adição de água ou chás), até os primeiros seis meses. No segundo semestre, o leite materno continua sendo importante. A partir dos 6 meses ou após orientação do pediatra, a criança estará pronta para receber uma complementação (novos alimentos) em sua alimentação. Porém, o leite materno ainda deverá ser oferecido em horários pré-estabelecidos pela família.

 

Como a Nutriterapia desenvolve o plano para introduzir alimentos na rotina do bebê?

A Nutriterapia busca conhecer a rotina e o funcionamento individual de cada família para orientar os melhores alimentos e momentos para que a introdução ocorra de forma tranquila e com enfoque na educação nutricional. Nos casos em que os pais não possuem bons hábitos, também serão oferecidas orientações nutricionais para correção da rotina alimentar de toda a família, afinal o aprendizado nesta fase acontece por repetição dos hábitos presenciados.

 

Como as mães devem agir quando a criança não aceita as novas comidas?

Há crianças que aceitam alimentos de todos os tipos desde as primeiras exposições, outras podem apresentar maior resistência ou estranheza. Nesse momento, costumam acontecer as famosas “recusas” e é justamente nessa fase em que muitos pais e cuidadores desistem de oferecer determinados alimentos. Essa recusa não merece preocupação e nem suspensão da oferta do alimento recusado, ela é conhecida como Reflexo de Protrusão, que nada mais é do que a projeção do alimento para fora da boca devido à imaturidade do reflexo da deglutição.

 

Como todo reflexo é algo involuntário e independe da vontade da criança, essa falta de destreza para receber o alimento não deve ser interpretada como aversão ao alimento. Em casos em que criança se recuse a comer o alimento não abrindo a boca ou apresentando náusea, não há necessidade de insistir. O alimento deve ser oferecido em uma nova ocasião, com intervalo de, no mínimo, 3 dias, após a última tentativa.

 

A alimentação incorreta da mãe durante a gestação pode influenciar nos hábitos alimentares do bebê?

A alimentação incorreta da mãe durante a gestação pode ocasionar inúmeros problemas tanto para a mãe quanto para o bebê, como ganho excessivo de peso, oferta inadequada de nutrientes e uma série de outras complicações. Porém, o maior problema da má-alimentação materna é a transferência dos maus hábitos alimentares para a criança. Há estudos que mostram que crianças de mães com bons hábitos alimentares durante a gestação apresentam maior facilidade de aceitação de todos os tipos de alimentos na fase da alimentação complementar.

 

Como a mãe pode criar uma rotina de alimentação saudável para o bebê?

Em primeiro lugar, a família precisa possuir uma rotina alimentar saudável para que essa seja transferida. As crianças aprendem seguindo exemplos, não ordens. Caso a família ainda não possua essa prática, vale consultar um nutricionista especializado em (re) educação nutricional para receber orientações de como esses novos hábitos podem ser adquiridos e incorporados. A partir dessa mudança, o bebê fará parte de uma família com bons hábitos e passará a consumir alimentos adequados de forma espontânea e natural.

 

Quanto às frutas e verduras que devem ser introduzidas no início, existem restrições?

Eu não chamaria de restrições, mas, sim, recomendações, afinal, há inúmeras formas de introdução de alimentos. Geralmente, começamos a oferecer sucos e frutas de cores claras e com menor teor de acidez. Com a progressão da idade da criança, as demais frutas devem ser oferecidas e incorporadas à rotina. É importante lembrar que a criança deve ser exposta ao maior número de alimentos adaptados em quantidade e consistência e de acordo com o seu desenvolvimento, para a formação de um repertório alimentar amplo e variado.

Ensine o seu bebê

• Comer é algo que se aprende. Ninguém nasce sabendo do que gosta e do que não gosta. É preciso conhecer algo para depois reconhecê-lo e apreciá-lo (ou não);

• Criança precisa de modelos positivos. Os pais devem possuir bons hábitos alimentares (e não basta ser apenas na frente das crianças);

• A educação nutricional começa em casa! Não é possível delegar para terceiros (escola, avós, babás). Os pais devem aprender como comer bem para poder ensinar!