A audição do bebê merece cuidados
Você sabia que a audição merece cuidados e deve ser preservada desde o nascimento? O fato é que a audição é um dos sentidos pelo qual nosso organismo entra em contato com o mundo. “A audição possibilita o contato com a língua materna desde o 5º mês de gestação. Ela nos permite desenvolver a fala, diferenciar os sons ambientais, apreciar a música ou desgostar dos ruídos, procurar e descobrir a fonte emissora de cada som”, destaca a fonoaudióloga Dra. Isabella Silva.

A capacidade do indivíduo de detectar, discriminar, identificar e dar significados para sons, permite ter experiências agradáveis de lazer e aprendizado e ao mesmo tempo estar alerta para sons que possam trazer dano ou que estejam relacionados a eventos perigosos. “O sistema auditivo está todo o tempo ligado nas nuances dos sons ambientais. Qualquer alteração brusca, mesmo que sutil, somos capazes de perceber e nos proteger”, informa.

Um recém-nascido, geralmente, não apresenta comportamentos claros de que esteja ouvindo, a não ser que o som seja apresentado em uma intensidade muito forte. Ao contrário do que muitos imaginam, o bebê está acostumado a fortes intensidades. O ventre de sua mãe, sua casa por cerca de 40 semanas, é o mesmo que abriga outros órgãos que, em funcionamento, geram muito ruído. Ou seja, o ruído está presente desde sempre em nossas vidas. E apesar do bebê não apresentar comportamento aversivo para os sons nos seus primeiros dias, as fortes intensidades podem levar a lesões das frágeis células sensoriais auditivas.

“Os brinquedos sonoros infantis podem produzir barulhos enlouquecedores. O trânsito, cada vez mais estressante e congestionado, produz níveis de ruído preocupantes à nossa saúde auditiva. É cada vez mais frequente e precoce o uso de fones de ouvido ligados a aparelhos estéreos pessoais. Dependendo do volume e do número de horas de uso, as lesões sensoriais podem ser irreversíveis, o que significa perda auditiva”, avisa a Dra. Isabella.

É fundamental alertar que o som, mesmo quando relacionado ao lazer, como na música, videogame, brinquedos, entre outros, pode gerar problemas auditivos para qualquer faixa etária. A fonoaudióloga destaca o quanto é importante e necessário proteger as crianças de sons fortes e, ao mesmo tempo, estimular o sistema nervoso auditivamente, para que as habilidades de discriminar e reconhecer os sons sejam bastante aguçadas. A audição deve ser um sentido facilitador nos processos de aprendizagem e não um impedimento para aquisição e aperfeiçoamento de outras habilidades.

Avaliar o sistema auditivo e acompanhar seu desenvolvimento faz-se necessário em todas as fases da vida: nascimento, pré-escola, alfabetização, início de vida laboral e senescencia. “A audiologia pode e deve estar presente nos ciclos de vida de qualquer um, para manter e promover melhor uso da audição e, consequentemente, melhor qualidade de vida”, finaliza a Dra. Isabella.