Todo tipo de parto pode ser humanizado?
Respeitada. Independentemente da via de parto que escolher é assim que a gestante deve se sentir no momento de dar à luz ao seu filho. Esse respeito envolve: permitir que a mulher tenha o parto na posição que ela escolher e se sentir melhor; respeitar as escolhas sobre os métodos de alívio da dor, seja analgesia ou métodos não farmacológicos, como massagem, banho e exercícios; evitar procedimentos desnecessários na mãe e no bebê, como episiotomia de rotina e o clampeamento precoce do cordão umbilical; aceitar a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto e parto; propiciar o contato pele a pele imediatamente após o nascimento, bem como a amamentação na primeira hora de vida.

As principais vantagens do parto humanizado, portanto, estão pautadas no protagonismo da mãe, com ambiente acolhedor, rápida recuperação, e realização de intervenções cirúrgicas somente quando necessário, proporcionando, então, maior vínculo com o bebê. “Humanizar é respeitar os limites da mulher sejam eles emocionais ou físicos e garantir seu direito de conhecimento e escolha”, ressalta a ginecologista e obstetra Dra. Suzana Esteves Silva.

Para se preparar para um parto humanizado é importante que a mulher tenha o apoio de uma equipe multidisciplinar, que normalmente conta com: doula ou psicóloga responsável pela parte emocional; nutricionista, que vai cuidar para que a mãe esteja bem nutrida e no peso certo; fisioterapeuta, que vai ser responsável pelo trabalho e fortalecimento da região pélvica; os médicos obstetras e ultrassonografista, que vão acompanhar o desenvolvimento do bebê; e o pediatra que irá recepcionar o recém-nascido.

Cesárea humanizada

Lembrando que parto humanizado não está relacionado à via de parto, que pode ser tanto por via baixa (parto vaginal) ou por via alta (cesariana). “Existem partos normais não humanizados e cesarianas humanizadas, o importante é respeitar as escolhas da paciente e proporcionar um parto seguro em que a gestante se sinta acolhida do início ao final da gravidez”, analisa a especialista.

Quando há indicação de cesárea, ela pode ser humanizada segundo algumas recomendações destacadas pela Dra. Suzana, como: presença de um acompanhante escolhido pela gestante; não amarrar os braços da mãe; baixar a luz da sala de cirurgia; abaixar o campo cirúrgico para que ela veja o nascimento do seu bebê; corte tardio do cordão umbilical; aumentar a temperatura do ar-condicionado para que não esteja tão frio quando o bebê nascer; colocar uma trilha sonora escolhida pela mãe; e permitir o contato imediato do bebê com a mãe.