7 dicas para reduzir os episódios de xixi na cama
Tudo vai bem até que o sono de toda a família é interrompido por causa de mais um episódio de xixi na cama. Levantam a mamãe e o papai para trocar as roupas de cama e dar banho na criança, que acordou toda molhada e, na maioria das vezes, frustrada.

Até os 5 anos de idade, é considerado normal que isso ocorra, afinal, a criança ainda não tem a capacidade de controlar a urina durante à noite. Porém, quando a situação continua a acontecer após esta idade, ou mais de uma vez ao mês, a melhor coisa a fazer é identificar as causas do problema. "Podem haver diversos fatores. Na maioria das vezes, é um processo de desenvolvimento do controle da micção que, associado ao sono profundo, comum nesta fase da vida, acaba gerando vontade de urinar durante o sono. Mas também é preciso investigar se há alguma causa física, como incontinência urinária, problemas na bexiga, neurológicos ou outros", afirma Dr. Renato Falci, urologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Segundo ele explica, o nome técnico do “xixi na cama” é enurese noturna. Assim é denominada pelos médicos a perda involuntária de urina durante o sono, que ocorre entre o período do desfralde (momento em que se retira as fraldas das crianças) até o perfeito controle da urina (esfincteriano) que se completa com o crescimento. “Apesar de fazer parte do processo natural do crescimento da criança, ela pode causar estresse na vida familiar”, avalia Dr. Falci.

O especialista listou 7 dicas para minimizar os episódios envolvendo o xixi na cama:

1 - Leve a criança para esvaziar a bexiga antes de dormir

Faça com que a criança se habitue a fazer xixi sempre, antes de ir para cama.

2 - Adeque a ingestão de líquidos antes de dormir

Evite ingestão de líquidos após o jantar.

3 - Estabeleça padrões miccionais para a criança

Leve a criança para urinar periodicamente, para que ela esvazie a bexiga.

4 - Lance mão da tecnologia

Há hoje no mercado alarmes urinários, que acordam a criança assim que começa a urinar na cama. Assim ela pode levantar e ir ao banheiro. A adaptação a esse dispositivo deve ter orientação médica.

5 - Medicamentos podem ajudar

Há medicamentos que inibem a produção de urina à noite, mas que somente devem ser usados sob orientação médica.

6 - Esteja atento aos sinais emocionais

Algumas situações, como a chegada de um novo irmão ou mudança de escola, podem sinalizar que ela se sente amedrontada, triste ou até rejeitada, ocasionando a enurese. Fique atento aos sinais emocionais que seu filho possa dar. São situações naturais de uma família que uma educação balanceada entre controle e carinho resolvem com facilidade.

7 – Nunca castigue a criança que urinou na cama

A criança não faz xixi na cama porque quer, por isso as críticas e castigos só agravam a situação. Em vez disso, reconheça e elogie quando a roupa de cama amanhecer seca.

 

Quando procurar um médico

Durante o primeiro ano de vida, a criança não tem controle algum sobre sua micção. Ela ocorre espontaneamente como um reflexo, ou seja, a bexiga enche e esvazia automaticamente. A partir de um ano de idade, o cérebro da criança já começa a perceber que a bexiga está cheia, mas ainda não há maturidade para controlar a micção.

O médico esclarece que a completa maturidade com controle voluntário da micção pela criança ocorre em idades variáveis. “Aos 5 anos de idade, 85% das crianças têm controle completo. Já o restante torna-se continente num ritmo de 15% ao ano”. Os casos de enurese durante a puberdade e na vida adulta são raros, mas podem acontecer.

O médico alerta que, quando a enurese ocorrer mais de uma vez ao mês ou quando for acompanhada de outros sintomas urinários como perdas de urina, vontade urgente de urinar, jato intermitente ou infecções, os pais devem levar a criança a um urologista para uma avaliação especializada.

Outro ponto importante é que quanto mais cedo o desfralde, menor será o controle da criança sobre a vontade de urinar. “Muitos pais ficam preocupados e ansiosos para que a fase do xixi na cama passe logo. Mas para saber se há motivos para se preocupar, é preciso observar se a criança urina normalmente e tem controle da micção durante o dia, se urina com bom fluxo, sem gotejamento ou interrupções”, afirma Dr. Falci, reforçando que os casos de enurese noturna desaparecem naturalmente com o crescimento da criança, na imensa maioria dos casos.

“De qualquer forma, a avaliação do urologista tem como objetivo descartar doenças que podem estar por trás desse sintoma. A importância do diagnóstico correto está no fato de que outras doenças necessitam de tratamentos específicos”, diz. Para essa avaliação, os pais ou responsáveis precisam dar alguns dados importantes sobre a criança, como história familiar, quantidade e horário de ingestão de líquidos, hábitos e intervalos de micção, hábito intestinal, padrão do sono e histórico de doenças do trato urinário, entre outros.